domingo, 22 de março de 2009

Sobre a sinceridade masculina

A humanidade busca incansavelmente a igualdade entre os sexos. Em termos, essa busca é de extrema importância, apesar de sexos diferentes as pessoas possuem a mesma essência, logo devem ter os mesmos direitos. É impossível, entretanto, dizer que homens e mulheres são (ou serão um dia) iguais.
Freud diz que num certo período da vida as meninas descobrem que falta algo nelas, se sentem castradas e a sociedade se encarrega de treiná-la para seu futuro brincando de casinha e cuidando de suas bonecas que são metáforas do que serão um dia seus filhos. Por outro lado, os meninos se vêem iguais ao pai quando descobrem o falo, daí em diante se sentem “o sexo forte” e passam a acreditar que sua missão é defender o sexo oposto. O sexo frágil.
Essa é a primeira de muitas burrices que o homem comete na vida.
A maior diferença entre os dois sexos é: as meninas crescem e se tornam mulheres, os meninos crescem e continuam sendo meninos. Para sempre.
Homens geralmente não se dão muito bem com sinceridade e quando se fala de relacionamentos amorosos a situação se torna apavorante. E o pior de tudo é saber que isso foge do assunto traição, homens não se dão bem em nenhuma parte do relacionamento onde se é necessária sinceridade. Um erro de programação no processo de criação do homem fez com que a regulagem da sinceridade fosse prejudicada. Homens são extremamente sinceros ou extremamente falsos. Sem meios-termos.
Se servir de dica, nunca peça para um homem ser sincero. Ele será.
- Nando, sabia que eu te amo?
- Ah! Que lindo... Obrigado!
Nando voltou ao Playstation como e nada tivesse acontecido.
- Você deveria dizer que também me ama!
- Mas lembra que você me pediu pra ser sincero?
- Então você não me ama? Quando você dizia que me amava não era sincero? VOCÊ JÁ ME DISSE ALGUMA COISA SINCERA FERNANDO?
Ele deu um pause e se demorou pensando.
- Bom, eu não menti quando disse que aquele seu vestido azul é lindo.
- Foi você que me deu ele de presente!
- É, eu tenho bom gosto. E isso também foi sincero.

As coisas são como devem ser e a natureza faz as coisas da melhor maneira possível, homens são assim, e nada mudará isso, é assim que deve ser. Nesse contexto podemos separar a raça homem em dois grandes grupos: os que sabem que não são sinceros mas não sabem lidar com isso, e os que sabem que não são sinceros mas aprenderam com o tempo a driblar essa deficiência com a falsidade ou o cinismo. Duas características extremamente masculinas.
- Fernando, você lembra aquela viagem pra Bonito?
- Lembro sim amor, lá é realmente bonito.
- E aquele carnaval em Salvador?
- Também amei essa, mas acho que o carnaval no Rio foi bem melhor. Belas noites lá!
- Eu nunca fui pro Rio.
- Nem eu – é nessas horas que a inteligência masculina funciona – Brincadeirinha. Mas vamos no próximo carnaval. Eu até já comprei as passagens. Era uma surpresa. SURPRESA!
Fernando teve que vender o Playstation no dia seguinte para comprar as passagens.

Existe um terceiro tipo de homem, mas esses são os impuros. Não se fala muito deles. É uma classe que tenta lutar contra a falta de sinceridade masculina. Tentam ser sinceros. Nunca funciona.
- Eu não quero mais ser seu namorado.
- O que? Me dê um bom motivo pra eu aceitar isso.
- Eu não te amo mais.
- Eu sei que você me ama. Eu vejo nos seus olhos.
O rapaz então fecha os olhos.
- E agora, estamos separados?
Depois daquela frase ele conseguiu abrir somente o olho esquerdo. O direito estava inchado, e doía. Aquilo ia precisar de gelo, sem dúvida.

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